Data: 04-04-2012
Criterio: A2ac;B2ab(ii,iii,iv);C1+2a(i,ii);D
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Canistrum fosterianum é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente no Estado da Bahia. É conhecida a partir do material proveniente de três coletas distintas, todas realizadas em áreas bem próximas. A primeira delas datada de 22/10/1948 e a última de 27/07/2000, todas em áreas de Floresta Ombrófila densa, próximas ao litoral. Se a espécie ainda não estiver extinta na natureza, provavelmente não ocorre mais em duas das três localidades originais. A espécie tem distribuição extremamente restrita (EOO=145,65 km²; AOO =12 km²). Devido a isso, considerou-se que a espécie está sujeita a somente uma situação de ameaça. A ocupação da região litorânea da cidade de Salvador e o processo de urbanização das áreas próximas resultou em significativa perda de hábitat. Estima-se que tenha ocorrido uma redução de mais de 80% nos últimos 10 anos, com declínio na AOO e na qualidade do hábitat. Além disso, a espécie éconsiderada rara e tem subpopulações muito pequenas. Estima-se que o tamanho populacional não exceda 50 indivíduos maduros, todos em apenas uma única localidade.Por estas razões, foi classificada como "Criticamente em perigo" (CR).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Canistrum fosterianum L.B.Sm.;
Família: Bromeliaceae
Canistrum fosterianum é caracterizado por roseta predominantemente tubular, e pode apresentar diferenças morfológicas nas folhas de acordo com a intensidade luminosa a que está submetido. Apresenta grande semelhança na forma da roseta e coloração das folhas com Aechmea fosteriana L.B. Sm., endêmica da região de Vitória - ES (Leme, 1997). O estudo de C. fosterianum era problemático, tendo em vista que nem todos os exemplares existentes em cultivo apresentavam características compatíveis com a descrição original da espécie, o que pode ser atribuído à hibridizações sofridas pelo material em cultivo (Leme, 1997).
A espécie era conhecida por somente duas coleções, todas realizadas em áreas bem próximas (Leme, 1997). A localidade-tipo de C. fosterianum (M.B. Foster 2479) é descrita como "uma pequena árvore, perto da baía, no lado oposto à cidade de Salvador". A segunda coleta feita por Sandra Linhares foi feita em área adjacente a esta localidade (Leme, 1997). A espécie é considerada "Rara" por Giulietti et al. (2009), de acordo com os critérios de raridade adotados pelos autores.
A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado da Bahia (Forzza et al., 2010). Sua altitude máxima de ocorrência é de 50 m (Leme, 1997). Leme (com. pess.) indica que as coletas realizadas no município de Uruçuca, BA, tratam-se de Canistrum auratum ou eventualmente C. montanum.
1.3.3 Wood
Detalhes
Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005).
1.1 Agriculture
Detalhes
Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005).
4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: Não há registros da espécie em nenhuma categoria de unidade pública de conservação (SNUC) ou área protegida particular (Leme, 1997), apesar de ocorrer na área do Corredor Central de biodiversidade da Mata Atlântica (Martinelli et al., 2008).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Criticamente em perigo" (CR) pela Biodiversitas (2005) e consta no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo considerada oficialmente ameaçada de extinção.
3.8 Conservation measures
Situação: needed
Observações: A espécie pode ser cultivada, entretando o material conhecido já depositado em coleções particulares, que em tese seriam clones do material-tipo coletado por M.B. Foster, provavelmente sofreu hibridização e não apresenta mais as características que possibilitaram a descrição original da espécie (Leme, 1997).
- MARTINELLI, G. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica brasileira: lista de espécies, distribuição e conservação,. Rodriguesia, v. 59, n. 1, p. 209, 2008.
- GIULIETTI, A.M. ET AL. Plantas Raras do Brasil. 2009.
- LEME, E.M. Comunicação do especialista Elton M. Leme, especialista na família Bromeliaceae, para o analista de dados Eduardo Fernandez, Pesquisador do CNCFlora, 2012.
- GIULIETTI, A.M. ET AL. Plantas Raras do Brasil. 2009.
- LEME, E.M.C. Canistrum - Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Salamandra Consultoria Editorial Ltda., 1997. 107 p.
- PACIÊNCIA, M. L. B.; PRADO, J. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity in a tropical rain forest in Brazil, Plant Ecology, v.180, p.87-104, 2005.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- FORZZA, R.C; COSTA, A.; SIQUEIRA FILHO, J.A.; MARTINELLI, G. Bromeliaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB005924>.
CNCFlora. Canistrum fosterianum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Canistrum fosterianum
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 04/04/2012 - 19:37:41